UNASUL ameaçada

23/04/2018
  • Español
  • English
  • Français
  • Deutsch
  • Português
  • Opinión
unasul.jpg
-A +A

O Brasil, juntamente com os governos da Argentina, Chile, Colômbia, Paraguai e Peru, está empenhado em enfraquecer a UNASUL, a União de Nações Sul-americanas.

 

Os governos desses 6 países pretendem suspender a participação neste bloco regional criado em julho de 2010.

 

A UNASUL é um fator essencial tanto para a integração regional, como para a viabilização de estratégias de soberania e defesa deste continente que é um estratégico fornecedor de energia, água, alimentos, minérios e matérias-primas para o mundo.

 

A entidade, além disso, foi determinante para o encontro de soluções pacíficas e negociadas dos conflitos surgidos entre as nações e mesmo de conflitos políticos internos.

 

O enfraquecimento da UNASUL, neste sentido, é uma escolha que vem em prejuízo da democracia e da paz regional, dos interesses de cada país individualmente e do conjunto da região; mas que beneficia os interesses geopolíticos estrangeiros, em especial dos EUA.

 

Os pretextos apontados para a decisão são frágeis. Ainda não há manifestação formal, porém o que foi divulgado mostra questões que seriam facilmente contornáveis num ambiente de cooperação e, sobretudo, de diálogo diplomático feito com boa fé.

 

Aspectos como a acefalia da Secretaria-Geral e custos de manutenção da entidade não podem ser razões suficientes para implodir um empreendimento de enorme valor geopolítico e geoestratégico para cada país e para a região.

 

Para o Brasil, em particular, o fortalecimento da UNASUL é de relevância ainda maior – o país compartilha fronteira terrestre com 10 das 12 nações sul-americanas [Chile e Equador são as exceções].

 

Por mais expressivas que sejam as diferenças políticas e ideológicas entre os atuais governantes – diferenças que, em menor medida, também se faziam presentes quando da época de fundação do bloco – os interesses estratégicos da região não podem ser prejudicados pelo dogmatismo e preconceito anti-integracionista da direita continental.

 

O governo brasileiro, ilegítimo por ser originário de um golpe de Estado, não tem legitimidade para co-patrocinar este retrocesso em âmbito regional.

 

Além disso, estaria outra vez mais ofendendo a Constituição, cujo espírito integracionista está estampado no Artigo 4º [parágrafo único]:

 

A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações”.

 

21 de abril de 2018

https://jefersonmiola.wordpress.com/2018/04/21/unasul-ameacada/

 

https://www.alainet.org/pt/articulo/192422
Subscrever America Latina en Movimiento - RSS