A Empresa Radar S/A e a Especulação com Terras no Brasil

18/11/2015
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Índice

 

Introdução

 

1 - O papel da empresa Radar Propriedades Agrícolas S/A

 

2 - O capital financeiro e a agroindústria canavieira no Brasil

 

3 - Impactos da expansão do agronegócio no Brasil

 

4 - A divisa sul do Maranhão e do Piauí na região do BAMAPITO: “a bola de vez”

 

5 - A Formação das condições para a instalação do agronegócio nos cerrados piauienses e as mudanças nas formas de uso da terra dos Gerais

 

6 - Cerrado piauiense: terras devolutas e exploração de mão de obra - CPT - PI

 

Conclusão

 

Introdução

 

A Rede Social de Justiça e Direitos Humanos tem realizado publicações anuais que revelam as tendências, os dados e os impactos da expansão do agronegócio no Brasil, assim como a relação desta expansão com o contexto internacional. Nossas análises incluem especial preocupação com os impactos econômicos, sociais e ambientais dos monocultivos de commodities e da produção de agrocombustíveis em um contexto de predominância do capital financeiro na agricultura e de crise econômica mundial. A expansão territorial do agronegócio e do capital financeiro no campo intensificam a exploração do trabalho e a violência contra as organizações indígenas, quilombolas e camponesas.

 

Principalmente a partir da crise econômica mundial iniciada em 2008, o controle sobre a terra, os recursos genéticos e energéticos são centrais nas disputas geopolíticas. O discurso que promove o agronegócio como “produtivo” esconde o risco que este modo de produção representa para a produção de alimentos, já que está baseado na necessidade de utilização intensiva de insumos químicos, que gera degradação dos solos e das fontes de água. A expansão do agronegócio no Brasil gera queda na produtividade agrícola, o que faz com que o preço dos alimentos para a população em geral siga um processo inflacionário, além de prejudicar políticas de reforma agrária e de agroecologia. A expansão territorial de monocultivos de commodities intensifica a repressão e a expropriação da terra e das lavouras alimentares dos pequenos produtores e de povos indígenas.

 

A especulação com o mercado de terras exerce o papel de facilitar a circulação do capital financeiro em um contexto de instabilidade econômica. A produção de agrocombustíveis serve para justificar o aumento da concentração fundiária sob o argumento da necessidade da produção de energia barata e da concessão de vantagens comerciais para o agronegócio brasileiro. Por sua vez, a intensificação do uso de insumos químicos na agricultura coloca o Brasil como “depósito” de produtos tóxicos em um momento no qual se observa uma rejeição crescente, por parte da opinião pública, ao consumo de alimentos contaminados na Europa e Estados Unidos.

 

Um dos elementos essenciais na disputa geopolítica por recursos genéticos é o controle sobre sementes. Grandes empresas de sementes transgênicas exercem forte lobby internacional para facilitar sua comercialização, o que representa enorme ameaça para a diversidade alimentar. As sementes nativas possuem a capacidade de reprodução natural, que pode ser comparada ao mito da Fênix porque “renascem” no processo produtivo. Portanto, a preservação da diversidade genética através das sementes se constitui em importante campo de resistência contra o monopólio de grandes empresas na agricultura.

 

* Documento completo em PDF

https://www.alainet.org/pt/articulo/173697
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