Educação é a solução

08/01/2004
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O maior patrimônio que podemos deixar às nossas crianças e adolescentes sempre foi e sempre será a educação. Um caminho de luz e sabedoria que possibilita que todo ser humano se desenvolva em sua plenitude: afetiva, intelectual, cultural, psicológica e socialmente. Trata-se, enfim, de um espaço de clarividência em que todos os equívocos da nossa civilização podem ser superados. Educação é para toda a vida. A partir do momento em que uma criança é inserida no caminho do saber, esse processo vai acompanhá-la com o máximo de longevidade. Educação é sinônimo de amor ao ser humano. É uma das poucas possibilidades para inauguramos um período permanente de paz no mundo em que vivemos. Ministros da Educação de todo o planeta, no ano passado, em reunião promovida pela Unesco, no Bureau Internacional da Educação, votaram, por unanimidade, a introdução da educação para a paz em todos os estabelecimentos de ensino. Educação é principalmente sinônimo de cidadania. De resgate da auto-estima de tantas crianças, jovens e adultos, que precisam encontrar um espaço para desenvolverem o potencial que a natureza lhes deu, mas que dificilmente consegue vir à tona em regiões tão carentes de tudo, dominadas pela miséria e pela violência. É preciso democratizar o acesso à internet e modernizar o conceito de Educação com o auxílio sempre necessário da inclusão digital. Um exemplo a ser seguido é o programa A Escola de Cara Nova na Era da Informática, da Secretaria de Estado da Educação, que já foi implantado em 2931 escolas, onde estudam cerca de 3,4 milhões de adolescentes e jovens. Modernizar o ensino segundo as exigências tecnológicas do Século XXI e transformar as escolas em pontos de encontro para toda a família. A escola como uma espécie de templo da convivência, da tolerância, do lazer educativo e da cidadania, onde a cultura do voluntariado possa ser ensinada como uma disciplina imprescindível para a construção de um mundo mais digno e justo. O Faça Parte - Instituto Brasil Voluntário vem seguindo à risca essa filosofia e tem colocado em prática projetos importantes como o programa Jovem Voluntário, Escola Solidária, que tem por objetivo difundir, destacar e estimular as ações voluntárias nas escolas. Em parceria com o Ministério da Educação (MEC), o Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed), a União dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e a Unesco, o Faça Parte também criou o Selo Escola Solidária 2003 para reconhecer e divulgar o trabalho de tantas escolas que vêm colocando em prática a cultura do voluntariado. O Brasil ainda tem 3 milhões de crianças nas ruas e mais de 5 milhões envolvidas no trabalho infantil. Muita coisa precisa ser feita. Apenas 3,4% dos brasileiros terminam um curso superior. O caminho da Educação precisa ser construído como uma utopia real de desenvolvimento humano no nosso país. Uma estrada de auto- conhecimento e de sabedoria ao alcance de todos, descortinando lá na frente o conceito de cidadania em seu sentido mais amplo. O melhor presente para crianças e adolescentes, em qualquer época do ano, continua sendo um bom livro. Devemos também0 estimulá-los a visitar as bibliotecas. E fazer todos os esforços no sentido de mostrar-lhes que o universo inteiro pode estar contido numa obra literária. O livro é uma espécie de espaço de resistência para a correria do mundo cibernético em que vivemos. Ler é tornar possível uma reflexão menos apressada. Há sempre a chance de reler, reler, e depois continuar descobrindo novas histórias, saberes, conhecimentos, tantas aventuras. Ler e reler. E atingir a essência do conhecimento com os próprios olhos. A maior parte das cidades brasileiras deveria seguir o exemplo de Ribeirão Preto que, em menos de dois anos, conseguiu multiplicar de 3 para 56 o número de bibliotecas públicas, cada uma com cerca de 2 mil a 3 mil títulos. A meta é chegar a 80 bibliotecas até o final do próximo ano. É importante lembrar o Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil, divulgado no início de outubro e preparado pelo Programa Nacional das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pela Fundação João Pinheiro. O indicador que mais contribuiu para a melhoria no Índice de Desenvolvimento Humano no país foi o aumento de matrículas no ensino fundamental. Educação é a solução! * Milú Villela, Presidente do FAÇA PARTE - Instituto Brasil Voluntário e do Instituto Itaú Cultural
https://www.alainet.org/es/node/109060

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